Você
vai a São Paulo e visitando o mercado municipal encontra morangos três
vezes maiores que os vendidos aqui na região. Viaja ao Sul do Pará e
come carne bovina de qualidade. Bem, o melhor da produção é prioridade
do mercado local, sendo, portanto, distribuído para outras regiões o
produto de mais baixa qualidade.
O
Baixo Tocantins detém o melhor açaí do mundo, e aí, vendemos todo o
nosso açaí nativo e a população fica sujeita ao consumo de uma polpa
preparada com quase 80% de água ao preço de R$2,00 o litro. Façamos uma
comparação. O leite produzido na Região Sul, industrializado e
transportado até Abaetetuba custa R$ 1,95, enquanto que o açaí apanhado
em áreas da marinha (açaí nativo) é transportado para a cidade e após o
seu processamento, vendido segundo a tabela abaixo.
FINO ____________ R$2,00
MÉDIO ____________ R$4,00
GROSSO ____________ ?
A conclusão é que a população deve tomar leite no almoço, pois o alimento é bem mais nutritivo que a 'chula' vendida a R$2,00.
A
exportação do açaí por grandes empresários gera impostos e arrecadação
para o município e o estado e ganho para os ribeirinhos que até então
não tinham expectativa de renda, além da péssima alimentação do povo
que está cada vez mais doente e superlota o sistema de saúde que não
usa esse imposto para ampliação e melhoria do atendimento.
A
base da alimentação de nosso povo é a polpa do açaí consumida
juntamente com a farinha seguindo a tradição local. Se a qualidade da
polpa diminui, significa que a nutrição dos habitantes diminui o que
implica maior número de pessoas doentes.
Nossa
administração pública junto com os vereadores estão acomodados com a
arrecadação dessa exportação e não percebem que precisamos garantir o
abastecimento local com produto de qualidade a um preço acessível. Se o
açaí é nativo, então por que não estabelecer regras à exportação.
Pensando um pouco, se a cada três rasas de açaí vendidas aos
empresários pelo menos uma tivesse que ficar para o consumo interno,
então diariamente, exportando 900 rasas teríamos 300 rasas para o
consumo da população o que causaria a melhora na qualidade e no preço
da polpa.
Necessitamos
usar a inteligência e buscar o bem do nosso povo, e não pensar somente
em arrecadação e obras. O fruto é nosso e não vamos deixar que
empresários fiquem cada vez mais ricos, políticos ganhem cada vez mais
pelos impostos e a população tenha menos alimentos na mesa.
Vamos
divulgar nosso repúdio a esses acontecimentos que deterioram nossa
cultura e desvalorizam nosso povo. Vamos pressionar o poder executivo e
legislativo para que abram os olhos e tomem decisões sérias com relação
ao assunto.
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