sexta-feira, 9 de março de 2012

Você vai a São Paulo e visitando o mercado municipal encontra morangos três vezes maiores que os vendidos aqui na região. Viaja ao Sul do Pará e come carne bovina de qualidade. Bem, o melhor da produção é prioridade do mercado local, sendo, portanto, distribuído para outras regiões o produto de mais baixa qualidade.
O Baixo Tocantins detém o melhor açaí do mundo, e aí, vendemos todo o nosso açaí nativo e a população fica sujeita ao consumo de uma polpa preparada com quase 80% de água ao preço de R$2,00 o litro. Façamos uma comparação. O leite produzido na Região Sul, industrializado e transportado até Abaetetuba custa R$ 1,95, enquanto que o açaí apanhado em áreas da marinha (açaí nativo) é transportado para a cidade e após o seu processamento, vendido segundo a tabela abaixo.

                                                         FINO ____________ R$2,00
                                                        MÉDIO ____________ R$4,00
                                                   GROSSO ____________ ?

A conclusão é que a população deve tomar leite no almoço, pois o alimento é bem mais nutritivo que a 'chula' vendida a R$2,00.
A exportação do açaí por grandes empresários gera impostos e arrecadação para o município e o estado e ganho para os ribeirinhos que até então não tinham expectativa de renda, além da péssima alimentação do povo que está cada vez mais doente e superlota o sistema de saúde que não usa esse imposto para ampliação e melhoria do atendimento.
A base da alimentação de nosso povo é a polpa do açaí consumida juntamente com a farinha seguindo a tradição local. Se a qualidade da polpa diminui, significa que a nutrição dos habitantes diminui o que implica maior número de pessoas doentes.
Nossa administração pública junto com os vereadores estão acomodados com a arrecadação dessa exportação e não percebem que precisamos garantir o abastecimento local com produto de qualidade a um preço acessível. Se o açaí é nativo, então por que não estabelecer regras à exportação. Pensando um pouco, se a cada três rasas de açaí vendidas aos empresários pelo menos uma tivesse que ficar para o consumo interno, então diariamente, exportando 900 rasas teríamos 300 rasas para o consumo da população o que  causaria a melhora na qualidade e no preço da polpa.
Necessitamos usar a inteligência e buscar o bem do nosso povo, e não pensar somente em arrecadação e obras. O fruto é nosso e não vamos deixar que empresários fiquem cada vez mais ricos, políticos ganhem cada vez mais pelos impostos e a população tenha menos alimentos na mesa.
Vamos divulgar nosso repúdio a esses acontecimentos que deterioram nossa cultura e desvalorizam nosso povo. Vamos pressionar o poder executivo e legislativo para que abram os olhos e tomem decisões sérias com relação ao assunto.

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