COMO SURGIU A ESCOLA
Na decáda de 50 já existia o Instituto Nossa Senhora dos Anjos, INSA, escola católica das irmãs capuchinhas, mas que atendia apenas jovens do sexo feminino que concluíram o antigo Curso Primário. Para jovens do sexo masculino que quisessem dar continuidade aos seus estudos no Curso Ginasial a alternativa era o deslocamento para a capital do Estado, Bélem. Mas, nem todos os jovens tinham condições de arcar com os custos do estudo em Belém, a não ser alguns jovens de famílias "remediadas", como se dizia à época. Muitos jovens não puderam dar continuidade a seus estudos e ficaram por aqui mesmo. A cada ano que passava, o Grupo Escolar Prof° Basílio de Carvalho formava mais jovens que ficavam apenas no curso primário, por falta de escolas no município com o curso ginasial. Até mesmo as jovens ficavam sem a continuidade de seus estudos, porque as vagas do INSA eram limitadas e ainda não existia uma cultura forte de incentivo aos estudos em Abaetetuba.
Nesse contexto é que começou a surgir a idéia de se
implantar na cidade uma escola que viesse atender aos anseios dos jovens
que quisessem dar continuidade aos estudos. Algumas pessoas começaram a
se movimentar nesse sentido, incluindo algumas autoridades e alguns
jovens mais esclarecidos. Entre as autoridades destacamos: Juiz de
direito e Promotor de Justiça. Entre os jovens destacamos: Francisco de
Lima Batista, Adevaldo da Paixão Rocha, Anastácio Coutinho e outros, que
foram importantes nas lutas em favor da implantação de uma escola
ginasial em Abaetetuba. Vale lembrar que o município era muito pobre em
recursos e também o Estado, e as dificuldades eram enormes, até mesmo
para se implantar escola primárias, que eram raras à época.
Mas a pressão continuou e num auspicioso dia do mês de
março do ano de 1962, aconteceu o concurso de "admissão" ao ginásio e
nesse mesmo ano, iniciaram os estudos da primeira turma do então Ginásio
Estadual "Prof° bernardino Pereira de Barros" , que começou a
funcionar precariamente no prédio do Grupo Escolar "Prof° Basílio de
Carvalho" , no turno da noite, apesar da precariedade do sistema de
iluminação elétrica da cidade, que obrigou as autoridades a improvisar
um pequeno gerador de eletricidade que possibilitava aos alunos
estudarem à noite.
O NOME BERNARDINO
Prof° Bernardino Pereira de Barros
Como
existia escola com o nome do famoso Professor Basílio de Carvalho,
recorreu-se a um outro seu contemporâneo para dar nome à nova escola que
surgiu, despontando o nome de outro educador para denominar a nova
escola: Ginásio Estadual Prof° Bernardino Pereira de Barros. Basílio de
Carvalho era um educador famoso, não só pela sua profissão, como também
por outras qualidades, como a de poeta, exímio recitador de poesias nos
eventos cívicos e sociais da pequena cidade. O Professor Bernardino era
menos famoso, mas igualmente 'normalista', forma de como
esses professores eram conhecidos pelo Curso Normal que possuiam. O
Professor Bernardino, como era comum à época, possuía outras funções,
atividades e títulos, dentro da sociedade. Em muitos escritos antigos
era chamado de Capitão Bernardino Pereira de Barros, ou por pentencer ou
por ter comprado o título de capitão da famosa Guarda Nacional. Também
era músico e tocava na antiga banda musical "Henrique Gurjão". O dia de
seu aniversário, aliás, muito festejado pela sociedade, como o do
professor Basílio de Carvalho, era 20 de maio. A família Pereira de
Barros possuía muitos membros e estavam presentes na nata da sociedade
abaetetubense.
Dr. Almir de Lima Pereira, 2º DIRETOR DA ESCOLA BERNARDINO
Desembargador
do Tribunal de Justiça do Estado desde o dia 12/10/1978, Bacharel em
Direito formado pela Faculdade de Direito do Pará, turma de 1951. Foi
Pretor do Termo Único da Comarca de Alenquer, de 1/1952 a 4/1954,
exercendo interinamente, nessa época, durante 9 meses, o cargo de Juiz
de Direito. De abril a setembro de 1954, por remoção ocupou a Pretoria
do Termo Único da Comarca de Soure. Em seguida foi nomeado Promotor
Público da Comarca de Abaetetuba, onde permaneceu até 7/1966, quando,
por Ato Governamental de 20/6 do mesmo ano, foi nomeado Assistente
Judiciário Auxiliar Substituto, lotado na Assistência Judiciária do
Cível; através de Portaria do Procurador Geral do Estado, foi designado
para a Chefia da Assistência Judiciária do Cível, em 8/1967, durante as
férias do titular. Foi designado também, pelo Procurador Geral do
Estado, para responder pelo cargo de Curador Geral de Órfão Interditos e
Ausentes, Massas Falidas e Fundações, durante o impedimento do titular
efetivo.
Autor da vários trabalhos jurídicos publicados em revistas
especializadas e, colaborador do Jornal "O Liberal" em matéria de
Direito. Autor das obras: Sinopse Jurídica, editada em 1980; Atos e
Termos dos Procedimentos Penais, em 1981; Recursos Criminais, em 1983; O
Cotidiano legal, em 1985; Prática Penal (I e II), 1986; A Prova no
Processo Civil; Achados na Lei.Membro do Instituto dos Advogados do
Pará.
Alguns dados do Ginásio Bernardino Pereira de Barros
O Prof. Ademir Rocha foi aluno do erudito e idealista Prof. Almir de
Lima Pereira, 2º diretor do ginásio e que lecionava História do Brasil e
Geral no então Ginásio "Prof. Bernardino Pereira de Barros", que
funcionava só no turno da noite no prédio do então Grupo Escolar "Prof.
Basílio de Carvalho" e só com duas turmas mistas e com luz elétrica
fornecida por um pequeno gerador de eletricidade, devido as constantes
faltas de energia na cidade e luz só até às 9:00 horas da noite.
Dessa turma, que foi a
1ª a concluir grau em "Humanistas" saíram médicos (Dr. Everaldo da
Silva Araujo, Dr. Benedito Costa Maués, Dr. José Latino Miranda, Dr.
Zilocy Ferreira Santos); engenheiros (Raimundo de Jesus Gomes Lima,
Hilton José Araujo Carvalho); professores (Ademir Rocha, Raimundo Maués
Sena, Silvaney do Carmo Teixeira Dias), políticos (Francisco Tiago
Machado - comerciante e político, que foi o orador de formatura),
advogados, comerciantes e outras profissões.
O primeiro diretor da Escola Bernardino foi o Juiz de Direito de Abaetetuba, Dr. Antonio Lemos Maia Viana e professor de Francês (1962-1964) também de inigualável sabedoria.
Outros primeiros diretores e professores da Escola Bernardino
Dr. Raimundo Rodrigues da Costa
Dr. José Maria de Souza, médico, diretor e pesquisador do Instituto Evandro Chagas em Belém;
Dra. Heralda Dalcinda de Souza Blanco, pretora no município de Abaetetuba;
Creuzo Moreira dos Santos, engenheiro agrônomo e funcionário do BASA, em Abaetetuba, professor de Matemática;
Maria da Conceição Nobre Coutinho, professora de Geografia;
Doralice Maria Pastana, professora de Artes;
Dr. José Maria de Souza, médico, diretor e pesquisador do Instituto Evandro Chagas em Belém;
Dra. Heralda Dalcinda de Souza Blanco, pretora no município de Abaetetuba;
Creuzo Moreira dos Santos, engenheiro agrônomo e funcionário do BASA, em Abaetetuba, professor de Matemática;
Maria da Conceição Nobre Coutinho, professora de Geografia;
Doralice Maria Pastana, professora de Artes;
Marilda Maués Loureiro, professora de Português;
Maria José Bahia Lobato, professora de Ciências;
George Ayres Borges. professor de Inglês e Matemática;
Vicente Francisco Braga Eloy, bacharel em direito, advogado em Abaetetuba, que foi o paraninfo de formatura da 1ª turma;
Francisco Leite Lopes, odontólogo e professor;
Demais alunos da 1ª turma formada "Humanistas" no Ginásio Bernardino:
Antonina Coutinho Lobato
Antonio Ferreira Cardoso, dono de farmácia em Abaetetuba;
Antenor Neves dos Santos, técnico em eletrônica;
Arlete Oliveira da Silva
Doralice Oliveira da Silva
Elzira Oliveira da Silva, funcionária do BASA e bacharel em Direito;
João Ferreira da Silva
José Raimundo Nery, empresário;
Maria Deolinda Machado, funcionária do TRT e advogada;
Maria Izabel da Silva Solano, empresária;
Manoel Bitencourt da Silva, funcionário do BASA;
Manoel Cardoso de Casto/Mestre Dé, vereador em Abaetetuba;
Miguel Rodrigues da Silva
Orlando Lopes Sereni
Pedro Décio Guerreiro Contente, empresário do ramo de farmácia;
Alguns dos primeiros funcionários do Ginásio Bernardino
Francisco de Lima Baptista/Pombo
Cachimbinho
Maria José Carneiro, professora de Língua Portiguesa, Latim e secretária da escola;
Leonil Coutinho Lobato, secretária.
Aldalice Maués Chagas
Somente em 1966 é que o Ginásio Bernardino mudou para prédio próprio no atual endereço da Rua Magno de Araujo em Abaetetuba.
Somente em 1966 é que o Ginásio Bernardino mudou para prédio próprio no atual endereço da Rua Magno de Araujo em Abaetetuba.
Outros diretores do já Colégio Bernardino Pereira de Barros
Dr. Nilton Montes, engenheiro do DER, 4 meses de gestão em 1966;
Profa. Nilzete Silva Lobato, Licenciada Plena em História, diretora de 1966 a 1984;
Prof. Leonardo Negrão de Sousa, Licenciado Pleno em História, de 1984 a 1986;
Profa. Joserlina Maués, Licenciada em Pedagogia, diretora de 1987 a 1992;
Prof. Graça Maria da Silva Lopes, Licenciada em Pedagogia, de 1993 a 1994;
Prof. Daniel Sena Lopes, Licenciado Pleno e Bacharel em Geografia, de 1995 a 1998;
Profa. Cleide de Nazaré Silva Santos, Licenciada em Pedagogia, de 1999 a 2010;
Profa. Maria de Jesus André Rocha, licenciada e bacharela em História, assumiu em 2010.
Histórico e pesquisa de autoria do Prof° Ademir Heleno Rocha.
Saudades desta escola. Fiz o curso de comércio, na época da Diretora Nilzete e hoje sou geóloga, morando em Macapá.
ResponderExcluirA diretora Nilzete
ExcluirQue saber seu nome completo
Ela mora em Belém agora
E está bem lúcida.
Muitas recordações boas do meu colégio.
ResponderExcluirSaudades dos meus amigos